quinta-feira, 30 de julho de 2009
Juramento
Olá, meu nome é Verônica.

Há alguns milhares de segundos eu poderia jurar que era verdade! Eu vi, com os meus próprios olhos, uma luz verde emanando de um parede a minha frente. E, embora o meu desagrado, eu gostei do que minhas pupilas captaram. Eu poderia jurar, deixar meus dedos queimarem em chama branda e seguir cega rumo ao desfiladeiro. Mas agora eu posso jurar também. Mas posso jurar que talvez eu esteja em qualquer lugar menos aqui. Eu posso jurar em dúvida. Mas isso não seria jurar! E meu texto com certeza te faria dizer tantas vezes a palavra jurar que depois de umas 18 vezes você não conseguiria se lembrar de seu significado. Isso já aconteceu comigo, quando me pediram para dizer a palavra "orelha" umas 28 vezes (na 15ª eu já não sabia nem o meu nome). Quer dizer que quanto mais falamos, mais o significado fica perdido? Eu poderia procurar uma explicação plausível pelas bibliotecas a dentro, levando em conta o meu prazer inexplicável por cheiro de livro antigo. Mas eu prefiro não saber a resposta e jurar que só procuro os livros para não falar demais. Porque quanto mais eu falo, mais eu esqueço. E eu poderia jurar que é hora de calar a minha boca. Não estou em um tribunal, estou? Ótimo, vamos aos juramentos com figas em meu dorso.
sem mais preâmbulos e circunlóquios,
verônica
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