thank you

sábado, 6 de junho de 2009

thank you

Olá, meu nome é Verônica.

E você, tem noção de que não está mais no ensino médio? Você nunca mais entrará naquelas salas, nem passeará por aqueles corredores. Por mais que queira, nunca conseguirá reunir todos os elementos da mais simples das cenas: um amontoado de insanos em carteiras de madeira. É impossível fazer com que o cérebro aceite que você não está passando por férias bem longas, que daqui alguns dias você voltará a ver todos os mesmos rostos. Afinal, que merda de sentimento é esse? Só mesmo um país como esse para inventar essa babaquisse de SAUDADES. Por que não podemos apenas aceitar que acabou?

Por quê? Porque não acabou. É cada foto no mural, cada música que toca, cada ligação que recebe. É cada gíria que pula de sua boca e seus novos amigos não entendem, cada reencontro em aniversários, cada janelinha de msn piscando. É toda hora, é todo instante.

E se algum dia eu disse que o amor não existia, com certeza eu não estava me referindo a isso. Porque essa dor no meu coração a cada recordação não pode ser fruto de outra coisa a não ser AMOR. 

Será que poderíamos ter feito mais coisas? Ter faltado menos às aulas, para pelo menos ficarmos sentados em bancos gelados ao som do vento forte. Ter dormido menos e abraçar um pouco mais. Ter ficado menos emburrados e abrir mais sorrisos. Ter trocado mais tardes de preguiça por jogos de futebol na quadra. Ter se isolado menos e beijado mais... Não. Com certeza fizemos mais do que nos era permitido. Vivemos intensamente cada segundo que nos foi proporcionado e até estrapolamos um pouco o horário!

Que cada lágrima que caia dos meus negros olhos sirva apenas para me lembrar do quão bom foram aqueles anos. Para me recordar de cada risada, de cada bolsa virada, de cada abraço, de cada tapa. Porque nossos netos terão mais de mil histórias para ouvir e mais de centenas de nomes e apelidos para decorar. Mais confusões e fugas de sala de aula do que jamais se ouvira falar. Mais dores na bochecha do que tivemos em cada partida de truco.

Em homenagem às amizades mais verdadeiras e profundas que já fiz em minha vida. À melhor época da minha vida. Aos meus velhos e atuais amigos. Os MELHORES, sem nenhuma modéstia. 

O mais clichê, mas a melhor parte de mim.

sem mais preâmbulos e circunlóquios,

verônica