sábado, 18 de abril de 2009
now, I'm running and screaming
Olá, meu nome é Verônica.
there's no easy way to ease the pain
Eu não passei por nenhum médico, nenhum psicólogo. Também não cortei meus pulsos, mas estou fazendo uma coisa pior: ouvindo música sertaneja. Esse é o ápice para mim. Vai além de tomar veneno, além de me jogar na frente de um caminhão, além de me enforcar com a mangueira do chuveiro.
Minha mãe diz que é depressão, que eu não quero fazer nada além de ler ou estudar sobre a replicação do DNA. Minhas amigas me dizem que me entendem, mas é impossível entender o absurdo! Minha cachorra vem aninhar-se em minha cama. Paula Toller me dá os piores conselhos. E Madina Lake, aquela minha banda favorita, em vez de me ajudar, só insiste em me mostrar certa cena. Eu sou Pandora.
Eu sei que vou me arrepender de me trancar, de forçar meus olhos e neurônios a verem somente o especulativo, e de ficar esperando que algo aconteça. É óbvio, sou inteligente o bastante pra saber disso. E orgulhosa o bastante pra não correr atrás do que eu abandonei um dia. E fria demais, mas isso por causa das mãos roxas e trêmulas e pés congelados, e não por causa da minha mentalidade suicida e psicopata.
A rainha do gelo está aqui, congelando tudo em que toca. Infelizmente estou apertando meu coração com toda a força possível (para não perder a finalidade poética e suicida do texto de hoje, claro).
E eu já estou cansada de representar o papel de apaixonada, escrevendo o máximo que posso para ver se começo a enjoar. De ficar procurando sinais em tudo o que me aparece, ora veja! Ou você fala de uma vez comigo ou terei que pegar um papel mais fácil, como o de simples estudante de enfermagem, por exemplo. E eu não gosto do simples, de sorvete sem castanha, olhos sem óculos, parede sem pintura. . . minha querida complexidade favorita.
sem mais preâmbulos e circunlóquios,
verônica
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