segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Pode até ficar maluco ou morrer na solidão


Olá, meu nome é Verônica.

O azul é tão cinza. As nuvens se aproximaram e o vento desgovernado 
caminhava entre os peões do tabuleiro. Cabelos bagunçados caídos sobre os olhos focados em um ponto inexistente. Gritos, assobios, espirros. Árvores balançando. Tudo em segundo plano, em preto e branco, na penumbra atrás de todo o acontecimento. As mãos continuam frias e cada vez mais tristes, mas isso é não é de se espantar. Há um corte. Alguma coisa desviou seu caminho, mas não consigo interpretar com tantas folhas enlameadas atiradas no vidro. Ligo o pára-brisa, mas o resultado é uma visão embaçada de tudo o que já estava nitidamente deformado. Com um movimento involuntário, procuro uma embalagem de produto açucarado para clarear a situação. Mas é tudo tão... Complexo. Tudo está bem, os pássaros são pretos, os corações são laranjas e as borboletas púrpuras. Mas tem algo errado, páginas pares trocadas por ímpares, cartas, faltando ou sobrando, de um baralho. Não é mais vermelho, não é mais preto, não é mais compreensível. É tudo tão verde. Cor de confusão, de falta e de excesso.

Eu estou louca, porque prefiro o frio ao toque.


sem mais preâmbulos e circunlóquios,

verônica

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