quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mãos frias, coração quente

Olá, meu nome é Verônica.


Eu estava mais impassível do que nunca. Receosa sobre as peças que meus olhos poderiam pregar em mim. Absorta em meus mais loucos devaneios, observava de cima toda a extensão do lugar. Era incrível como as pessoas usufruíam de um ar de superioridade, apenas preocupadas com teus próprios pés, incapazes de contemplar a beleza existente ao se olhar para cima. Algumas tristonhas, tentavam aproximar suas mãos em movimentos inertes e, como se meus olhos conseguissem emitir algum tipo de força, os membros se uniram em um só e lá estava a imagem que eu queria ver. Sorri sem perceber que talvez pudesse estar sendo observada por alguma alma desanuviada. Meus braços se mexiam num frenesi complexo, do qual não podia me controlar, muito menos entender. Eu desejava que estivesse ali, descendo por aquela escada rolante no lugar do garoto rechonchudo de óculos. Mas não podia, eu tinha certeza. Todo meu estoque de sorte, ou de coincidências, havia acabado há algumas semanas. 

Perdida em meus pensamentos, notei outra imagem que deslizava pelo piso encerado.  Suas feições abstratas por minha visão pouco privilegiada fizeram meu coração palpitar com uma frequência maior do que a anterior. Até que recobrei meu estado de sanidade e a nitidez me fez enfraquecer os sentidos sórdidos. Eu estava vendo além do que minha mente famigerada me permitia. E agora a escada parecia uma eternidade, até que fui detida por dois vultos amigáveis.

sem mais preâmbulos e circunlóquios,

verônica

2 comentários:

cinderella. disse...

eu era um dos vultos 8D (carinha maniaca mode on)

29 de janeiro de 2009 às 10:41
Lih disse...

esse é o post que se parece com um dos meus! :D

5 de fevereiro de 2009 às 18:26