sábado, 20 de dezembro de 2008
Invisible
Olá, meu nome é Verônica.
O errado mais certo
"Ela entrou em desespero com sua repentina desaparição. A tequila demonstrava seus efeitos com mais intensidade e as luzes piscavam, piscavam e piscavam. De repente já não estava lá. Mas havia outro. E ela não sabia se tranqüilizava-se com isso, ou se entrava em pânico pelo outro. Os vultos passavam numa velocidade que não podia controlar. Apenas fixava seus olhos em alguns pontos à procura. Ela havia visto uma conversa anterior. E se... Não, não faria isso. Quer dizer, não podia, não é? Ou melhor, podia, mas... Não! Só ela pode fazer essas coisas. Eles não. Nunca. Então ela se sentou e observou alguém se aproximar lentamente. Mas não houve tempo. Algo escorria por seus olhos e corria pela face rubra. Eram... lágrimas? É, ninguém havia jogado água nela. Só podia ser isso. Tentou conter-se. Ninguém poderia vê-la assim, imagine só. A Rainha do Baile chorando? Nunca! Abaixou a cabeça para tentar esconder. Não sabia se era por tudo estar rodando ou se era por ter visto um par de sapatos à sua frente, através dos olhos semicerrados. Levantou com pêsar seu rosto para cima e desatou a chorar. Ele a olhou carinhosamente e passou a mão sobre seus cabelos.
Todos estavam felizes, dançando algo que seus ouvidos não podiam identificar. Ergueu-se com certa dificuldade, pois os pés estavam mais doloridos do que nunca. Então, aquela sombra afastou-se lentamente e outra apareceu e a abraçou. Não, não podia deixar que a vissem desmoronar desse jeito. Desvencilhou-se dos braços do amigo em prantos e disparou cambaleando em direção ao banheiro. Cruzando as pernas passou pelos espelhos e o que era branco tornara-se preto. Havia um canto escondido, ninguém ia ali. Encostou-se na parede fria e deslizou para o chão. E ali ficou por horas, ou melhor, alguns segundos. Alguns tilintar de saltos aproximavam-se então tomou forças e trancou-se em uma das cabines. Sentou-se e soluçava. Tentava parar mas... Não queria! Após um tempo, saiu e observou o rosto da decadência ao espelho. Seu nariz mais vermelho do que o de um rena. Enxagüou-o, esperou até que o branco voltasse, jogou o cabelo para trás e saiu. Era a diva novamente. Por 10 segundos, apenas."
sem mais preâmbulos e circunlóquios,
verônica
1 comentários:
conheço essa história, ou melhor parte dela. será que já li em algum lugar?
21 de dezembro de 2008 às 11:08a rainha do baile não poderia ter pego a melhor carta do baralho, se não o "reis". :D
te amo.
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