sábado, 1 de novembro de 2008

Carmim

Olá, meu nome é Verônica.

O sangue descendo. Deitada com a cabeça pra baixo e os pés para cima. O travesseiro afogando cada suspiro mais forte. O copo vazio ao lado. A maçaneta girando incessantemente e alguém está batendo. Me deixe aqui, vai embora. The Veronicas cantando. Está calor, acho que vou me afogar na piscina. Eu sei nadar. Muito bem, por sinal. Como é engraçado o mundo de cabeça para baixo, tudo parece mais direito do que é normalmente. Eu rio. Não tem nada engraçado aqui. É tudo tão púrpura e escuro, tirando aquela feixe de luz vindo da persiana que já não balança.
Agora minha cabeça está doendo. É, já faz tempo que estou nessa posição incômoda, vou me levantar. Tudo gira... Alguém está falando comigo, no msn. Deixe piscar. Evito o espelho, ele está tão mal humorado hoje, me olhando estranho. O que aconteceu contigo, eu pergunto. Idiota, só me imita. Responde, ó criatura inútil! Ela está estressada. Vou deixá-la quieta. Mas pare de bater na porta! Não percebeu que não tem ninguém aqui dentro? Até a unha já se foi. Todos vão. Tire essa caneta de minha mão, eu não quero mais! Desespero exige medidas desesperadas.

sem mais preâmbulos e circunlóquios,
verônica

1 comentários:

Lih disse...

amei o post. só isso!

4 de novembro de 2008 às 19:44